domingo, 5 de novembro de 2017

peitões pretos


Resultado de imagem para fruta que lembra seios negros



Nunca vi rastro de cobra, nem couro de lobisomem, mas hoje vi uma mariposa enorme investir contra um besouro ou outro inseto parecido, em pleno voo, sob a luz fraca dos poucos postes que há onde eu costumo pedalar antes do sol nascer. Meus amigos que estavam comigo não repararam.

Também ninguém reparou no gavião que outro dia passou em plena tarde do centro urbano onde moro com uma presa considerável não lembro se no bico ou nas garras.

Ninguém percebe também, que da minha janela dá pra ver quando começa a anoitecer, uma comunidade de mais de 20 morceguinhos sair detrás de dois canos que descem da calha do prédio vizinho ao meu e ganhar o mundo.

Assim como também nunca observaram o beija-flor que mora em algum lugar do playground do outro prédio vizinho e que está em guerra com as rolinhas que se aproximam do "seu" muro e são afugentadas prontamente.

Será que ninguém notou que a cidade foi invadida por pequenos papagaios selvagens em regiões que não são comuns, que nunca se viu tantas lavadeiras mascaradas, que desapareceram os pardais,  cães pequineses e os dálmatas?

Não acredito que sou o único maluco que fica olhando pro céu observando o drama das fragatas que perseguem umas às outras e às vezes, covardemente mais de uma atrás de outra pobre coitada.

Tem tanta ação acontecendo embaixo (ou em cima) dos nossos narizes afros, que só precisamos olhar pra ver.

Onde menos se espera, podem-se ter cenas curiosas que os olhos humanos talvez não verão duas vezes, como uma ratazana que vi descendo um muro de 20m pela quina e de cabeça pra baixo. 

Desse dia em diante meu conceito sobre esse animal mudou, pois eu vi uma demonstração de coragem, força, equilíbrio e velocidade, que nunca vi em outro animal. E ele fazia sem qualquer equipamento de segurança, sem  intenção de se exibir, ou esperando dinheiro como recompensa e ainda com um rabo pesado para atrapalhar.

Nessas horas parece que é aberto um portal para outra dimensão  em que o tempo pára e a cena se revela só para o afortunado que estava na hora certa e no lugar certo. Como um presente para aquele, talvez único, expectador que contará o que viu e poucos imaginarão ou acreditarão.

Mas outros portais menos agradáveis, às vezes, se abrem também e revelam o que não queremos ver, como o topless de uma senhora com problemas mentais, vindo na minha direção na calçada, chocando a todos que passavam na hora errada e no lugar errado com seus peitões pretos e gordos.