quarta-feira, 31 de agosto de 2011

vai assim mesmo, que se dane!

Fiquei de falar de outras coisas na postagem anterior, mas acho que não tenho nada pra falar. O que não deixa de ser bom também, porque quando a gente acha que não tem o que falar, acaba falando alguma merda.

Ontem minha esposa divulgou o blog no Facebook, e se você está lendo isso agora, é por causa dela, ou melhor, por culpa dela. Até queria agradecer as pessoas, as milhares de pessoas que postaram alguma coisa lá sobre esses devaneios meus quando não tenho coisa melhor pra fazer. Isso não vai me deixar mais rico mas, com certeza, mais tímido.

Essa história de blog me lembra muito um diário, só que o diário você escreve pra esconder das pessoas, enquanto que o blog, o contrário. Não sei qual dos dois é mais retardado. Acho que o diário, porque no fundo, no fundo foi feito para outra pessoa ler também, se não fosse assim, a pessoa queimava o que escreveu assim que terminasse, sem correr risco de ser "surpreendido" por algum bisbilhoteiro.

O blog também não fica atrás: é uma espécie de conversa - no meu caso - comigo mesmo, em que eu pergunto, respondo, acho graça, critico e no final eu falo: vai assim mesmo, que se dane!
E o pior é que tem maluco que lê, como você.

Pelo menos num blog a pessoa pode falar suas abobrinhas sem interrupções, o que não acontece numa conversa com mais de 3 pessoas, onde a briga pela palavra vira uma questão de honra, e que às vezes, só de sacanagem, todo mundo se une para interromper o mais empolgado.

Por falar nisso, já reparou que nessas conversas sempre tem um líder que, pra quem ele olhar, ele está, implicitamente, dando a palavra. E se ele transfere o olhar para outro, todos param de dar atenção para o infeliz que tinha a palavra e olham para o outro que foi promovido,  restando ao antecessor se calar ou conversar paralelamente com algum interessado num tom mais baixo pra não interromper a conversa oficial.

 Às vezes a liderança é desafiada e ocorre um duelo: o líder e o oponente falam ao mesmo tempo, cada vez mais alto com os demais ou um com o outro, ignorando o que está sendo dito pelo outro.Vence aquele que ganhar a atenção.

Ainda tem os que apelam utilizando desde os irritantes toques no ombro até pegar a pessoa pelo queixo e direcioná-lo pra ela. Esse, amigo, é o candidato a ser interrompido sem piedade pelos demais.

Mas o que é pior do que isso é o telefone. No telefone não tem a expressão visual da conversa teti-a-teti, que define quem deve falar ou calar a porra da boca. Aí a pessoa é obrigada a ouvir a outra repetir a mesma história 10.000 vezes ou ouvir o que não lhe interessa porque não consegue fazê-la entender que ela já passou da hora de falar. E num ato desesperado, se interrompe o interlocutor chato, falando junto com ele. Quando a pessoa faz isso, ela pensa: eu não vou parar enquanto ele não calar a porra da boca e me ouvir - que tensão, meu Deus - gerando as inconvenientes: hein? o quê? como? o que você falou antes? Não entendi.

Seja por carta, chats, sinais de fumaça, mensagens em garrafas ou telepatia, sempre haverá falhas, por que o problema não é a mensagem, mas o mensageiro (e o meio de comunicação).

Vai assim mesmo, que se dane!


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